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Truth

Truth (FullMetal Alchemist), um exemplo de usuário.

Também nomeado

  • Manipulação de Conceitos
  • Manipulação de Definições
  • Manipulação de Ideias

Introdução

Manipulação de universais se baseia em controlar algo universal, sendo assim um conceito metafísico, ideia ou essência comum a todas as coisas que se agrupam sob um mesmo signo linguístico. Junto do princípio de universais existe o “Problema dos Universais” que se baseia no questionamento se os universais realmente existem e se sim, o que eles são. Para resolver isso existem diversas proposições que pretendem explicar os universais e muitas delas tratam eles como sendo algo diferente. Por existirem diversas opiniões iremos listar aqui três explicações simples sobre o que são os universais, a partir daqui pode-se pensar nas outras explicações que no fim são as explicações que estão aqui, mas aplicadas de uma forma mais severa ou menos severa.

Universalismo platônico

Os universais são, na tradição do platonismo, entidades com realidade ontológica independente da mente que os pensa, representam a verdadeira realidade. (...) Os universais são abstrações mentais, conceitos abstratos acerca das coisas individuais e concretas
Inês Lacerda Araújo (O LOGOCENTRISMO DA REPRESENTAÇÃO DO MUNDO, página 163

Platão declara que a realidade mais fundamental é composta de ideias ou formas abstratas, mas substanciais. Para ele estas ideias ou formas são os únicos objetos passíveis de oferecer verdadeiro conhecimento. Tais ideias existiriam no Mundo das Ideias, conhecido como hiperurânio, e não no mundo sensível. Este é um mundo intangível além de quais queres limites do mundo material, incluindo o tempo e espaço. Tudo o que existe no mundo que percebemos é na verdade uma representação imperfeita da verdadeira forma da realidade.

Universalismo aristotélico

Na visão de Aristóteles, os universais existem apenas onde são instanciados; eles existem apenas nas coisas. Dizem que existem ‘‘‘in re’’’, o que significa "nas coisas", nunca separado das coisas. Tendo esse princípio o universal seria uma característica compartilhada existente em cada coisa. Neste caso o que forma um universal seria cada coisa que faz parte do conjunto que ele representa. Um exemplo seria o vermelho, vermelhidão existiria à medida que existissem coisas vermelhas, a partir do momento que não existissem coisas com esta característica o universal que a representa não iria mais existir.

Universalismo idealista

Essa é uma das explicações mais simples, para os idealistas os universais são coisas que existem apenas na mente, ou seja, não são reais fora da mente de seres racionais. Sendo assim as propriedades universais seriam um construto mental com função de descrever propriedades comuns entre construtos físicos.

Nominalismo e variações

Assemelhasse ao idealismo por negar a existência de qualquer universal tanto no mundo material como o intangível. Sendo assim propriedades em comum dos objetos tangíveis são apenas construtos mentais utilizados para representar coisas físicas, sendo estes os nomes.

Uma variação do nominalismo é o conceitualismo que usa como definição das propriedades o termo conceito sendo eles universais ao se aplicarem igualmente a todas as coisas em sua extensão ao portarem um significado. Um exemplo dessa aplicação universal seriam várias palavras de línguas diferentes ainda terem o mesmo significado, ou seja, o mesmo conceito.

Ainda existem outras variações de nominalismo sendo elas mais ou menos severas ao negar a existência de universais. No geral todas concordam em dizer que as propriedades em comuns entre coisas materiais são apenas algo vindo da mente.

Universalismo platô aristotélico

Apesar de não ser um pensamento conhecido é uma explicação do problema dos universais que se encaixa em muitos mundos fictícios. Nesse caso os universais seriam ao mesmo tempo uma entidade separada que existe fora do mundo sensível, como também tem sua representação do mundo sensível como parte de seu corpo.

Por exemplo em franquias como Marvel suas entidades abstratas existem em todos os mundos sendo a ideia que eles representam, mas ao mesmo tempo a forma mais completa dessas entidades se encontram em um plano superior habitado apenas por tais ideias.

Resumo

Com base no apresentado podemos diferenciar os universais em três tipos e em cada um desses tipos esse poder realiza um ato diferente

  • Universais platônicos: Com os universais existindo em um mundo superior a manipulação deles implicaria em controlar uma existência não física da qual as existências físicas dependem para ser como são.
  • Universais aristotélicos: Sendo os universais o conjunto físico daquilo que eles representam a manipulação destes apenas equivaleria a manipular formas físicas. Sendo assim manipular o universal da matéria equivaleria a manipular tudo o que tem massa e ocupa lugar no espaço. A aplicação deste poder é meramente uma manipulação como qualquer outra, mas em grau “universal”.
  • Universais idealistas, nominalistas ou conceitualistas: Universais são apenas construções mentais usadas para se referir a propriedades em comuns. Sendo assim manipula-los seria equivalente ao controlar a mente em relação a tais princípios.
  • Universais platô aristotélicos: O resultado seria uma junção dos dois primeiros tipos. Apesar do resultado ser o mesmo para a manipulação platônica a diferença entre os dois é necessária para os próprios universais.

Nota-se que cada universo da ficção deve receber a classificação de acordo com a forma como a franquia trata os universais. É possível encontrar os universais por nomes mais comuns como conceito ou abstrações apesar de muitas vezes tais definições não estarem de acordo com a origem do termo filosoficamente. Da mesma forma que manipular almas o controle dos universais apenas vai ter efetividade caso seu simbolismo também exista no universo oponente pois caso não existe não haverá algo para ser manipulado.

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